domingo, 29 de maio de 2011

Semântica (Sinônimos e Antônimos; Homónimos e Parônimos)

SEMÂNTICA
É a denominação dada ao estudo da significação das palavras.

Significante e significado

Significante é a parte física da palavra (os fonemas e as letras). Significado é o sentido da palavra que provoca na mente do ouvinte ou do leitor uma imagem ou uma ideia.


SINONÍMIA E ANTONÍMIA
Sinonímia é o fenómeno em que palavras diferentes apresentam o mesmo significado (ou bastante próximos).

Exemplos:

Casa - moradia, lar, teto.

Rosto - face, semblante, cara.

Zelo - cuidado, carinho.

Antonímia é o fato semântico em que as palavras apresentam significados contrários.

Exemplos:

Economizar - gastar.

Largo - estreito.

Riqueza - pobreza.



HOMONÍMIA E PARONÍMIA
Homonímia é a identidade fonética e/ou gráfica de palavras com significados diferentes.

Homónimos homófonos (homófonas heterográficas):

São iguais na pronúncia, mas têm grafias diferentes. Exemplos:

concerto (sessão musical) — conserto (reparo);

cela (pequeno quarto) — sela (petrecho de montaria; verbo selar);

censo (recenseamento) — senso (juízo);

apreçar (marcar o preço) — apressar (acelerar);

acender (iluminar) — ascender (subir)

cessão (ato de ceder) — sessão (tempo de uma reunião ou espetáculo)

seção (divisão, repartição);

cerrar (fechar) — serrar (cortar);

paço (palácio) — passo (andar).

Homónimos homógrafos (homógrafas heterofônicas):

São iguais na grafia, mas diferentes na pronúncia. Exemplos:

colher (substantivo)— colher (verbo)

gelo (substantivo)— gelo (verbo);

começo [substantivo) — começo (verbo);

almoço (substantivo) — almoço (verbo);

molho (substantivo) — molho (verbo);

forre (substantivo) — forre (verbo);

jogo (substantivo) — jogo (verbo).

Homónimos homógrafos e homófonos (homógrafas homófonas/homônimas perfeitas):

São iguais na escrita e na pronúncia. Exemplos:

livre (adjetivo) — livre (verbo livrar);

são (adjetivo) — são (verbo ser) — são (santo);

serra (substantivo) — serra (verbo).

Canto (verbo) - canto (subst.).

Verão (verbo) - verão (subst.).

Morro (verbo) - morro (subst.).

Parônimas são as palavras que apresentam pequenas diferenças na escrita e na pronúncia, e também têm significados diferentes.

Exemplos:

comprimento (extensão] cumprimento (saudação]

coro (conjunto de vozes] couro (pêlo de animal]

deferir (conceder] diferir (adiar]

descrição (ato de descrever] discrição (reserva de atitudes]

emergir (vir à tona] imergir (mergulhar]

eminente (ilustre] iminente (próximo]

flagrante (evidente] fragrante (perfumado]

fluir (correr em estado fluido] fruir (desfrutar]

inflação (desvalorização da moeda] infração (violação da lei]

infringir [transgredir] infligir (aplicar]

ratificar (confirmar] retificar (corrigir]

tráfego (trânsito de veículos] tráfico (comércio desonesto]

vultoso (volumoso ou de grande vultuoso (acometido de congestão

importância] da face]


Formas variantes
Há palavras que admitem mais de uma forma de grafia, sem que isso lhes altere o sentido. O emprego dessas formas variantes é indiferente, mas a forma mais usada na linguagem cotidiana é sempre preferível.

catorze e quatorze xerox e xerox

cociente e quociente matracar e matraquear

assoviar e assobiar mobiliar e mobilhar

bêbado e bêbedo entretenimento e entretimento

aspecto e aspeto rubi e rubim

xeretar e xeretear coisa e cousa

redemoinho e remoinho malvadeza e malvadez

chipanzé e chimpanzé espécime e espécimen

coradouro e quaradouro fleuma e fleugma

derrubar e derribar embaralhar e baralhar

taverna e taberna diabete e diabetes
transpassar, traspassar e trespassar
líqüido e líquido

seção e secção verruga e berruga


Hipônimos e hiperônimos
Uma relação de significado muito importante para a construção de textos é a que se estabelece entre hiperônimos e hipônimos. Hiperônimo é uma palavra cujo significado é mais abrangente do que o de seu hipônimo. É o que acontece, por exemplo, com as palavras veículo e carro - veículo é hiperônimo de carro porque em seu significado está contido o significado de carro ao lado do significado de outras palavras como carroça, trem, caminhão. Carro é um hipônimo de veículo. A relação entre hipônimos e hiperônimos é muito útil para a retomada de elementos textuais:

Há muito tempo planejavam derrubar aquele ipê. A velha árvore parecia perturbar os administradores municipais.

Proteja o lobo-guará. É um animal que corre risco de extinção.

São hiperônimos importantes palavras de sentido genérico como coisa, fato, acontecimento, fenómeno, pessoa, ser, bastante freqúentes nos mecanismos de retomada de elementos textuais. Seu uso, entretanto, deve ser limitado a essa função, pois elas carecem da precisão característica dos hipônimos:

A ampliação da pobreza compromete a estabilidade social do país e é um fato que não pode ser omitido em qualquer proposta séria de planejamento governamental.

A troca de insultos e sopapos entre os deputados ganhou destaque nos jornais. O acontecimento foi recriminado em vários editoriais. 

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Qual é o certo? história ou estória?

"estória" não existe.

Durante a década de 80 tentou-se incorporar a palavra "estória" à lingua portuguesa, para referir-se a contos ficcionais  (fatos que foram imaginados, que não aconteceram de verdade), e deste modo o termo "história" passaria a designar apenas fatos verídicos.

Isso foi um anglicismo, uma tentativa de incorporar à nossa lingua um termo da lingua inglesa: no inglês existem as palavras "story" (que indica uma história de ficção) e "history" (que indica uma história real ou tida como real).

Mas este anglicismo "não pegou". Em português a palavra "estória" não existe. Use sempre a palavra "história", tanto para fatos verídicos quanto para ficções.



domingo, 24 de abril de 2011

Plurais Metafônicos





Um dia desses, estava vendo uns videos no youtube e achei um vídeo bem legal,  "o assaltante". Quem quiser, o vídeo é este que está aqui do lado. Achei interessante o que o cara falou, sobre plural metafônico. Por isso eu fiz uma pesquisa sobre o que isso, está aí.

Alguns substantivos, além de receberem a desinência -s na formação do plural, trocam a vogal tônica fechada (ô) pela tônica aberta (ó). Esse é o chamado plural metafônico. A palavra vem do grego metafonia [met(a)- + -fon(o)- + -ia] que, em gramática, significa alteração do timbre de vogal tônica fechada para vogal tônica aberta. Assim, povo (ô) / povos (ó),  tijolo (ô) / tijolos (ó),  porco (ô) / porcos (ó) etc.
Em que regra devemos basear-nos para não errar na pronúncia? A dica é a seguinte:
1) Se a palavra possui feminino, o plural masculino assume o timbre da forma feminina:
masculinofemininoplural
oco (ô)oca (ô)ocos(ô)
bobo (ô)boba (ô)bobos (ô)
lobo( ô)loba (ô)lobos (ô)
novo (ô)nova (ó)novos(ó)
porco (ô)porca (ó)porcos(ó)
choco (ô)choca (ó)chocos(ó)

Exceção: sogro (ô) – sogra (ó) – sogros (ô)

2)  Quando há consoante nasal m ou n, o timbre da vogal é sempre fechado:
singularplural
gomo (ô)gomos (ô)
tremoço(ô)tremoços(ô)
pomo (ô)pomos (ô)
colono (ô)colonos (ô)
trono (ô)tronos (ô)

3)  Quando a palavra não se encaixa nos dois casos anteriores, é comum a abertura do timbre da vogal o no plural:
singularplural
globo (ô)globos (ó)
olho (ô)olhos  (ó)
porto (ô)portos (ó)
miolo(ô)miolos (ó)
osso (ô)ossos (ó)

4)  Os substantivos femininos conservam no plural o mesmo timbre do singular:.
singularplural
arroba (ô)arrobas (ô)
bolha (ô)bolhas (ô)
boda (ô)bodas (ô)
folha (ô)folhas (ô)
moda(ó)modas (ó)
peroba (ó)perobas(ó)
sova (ó)sovas (ó)

Ditados e Expressões populares, será que empregamos corretamente?

Diariamente utilizamos expressões com significados diferentes daquilo que elas representam literalmente, mas raramente nos preocupamos em ir atrás da sua origem ou — até mesmo — da sua forma correta.
Abaixo cito 13 expressões que todo mundo erra, ou que todo mundo usa mas que nem todo mundo sabe direito o significado ou seu correto emprego: 
1.
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão: o correto é batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão..
2.
Enfiou o pé na jaca: o correto é enfiou o pé no jacá. Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas, a meio caminho, para tomar uma bebida. Quando bebiam demais, era comum colocarem o pé direito no estribo e, quando jogavam a perna esquerda para montar no burro, erravam, pisavam no jacá (o cesto em que as mercadorias eram carregadas) e levavam um grande tombo. Por isso, quando alguém bebia demais dizia-se que ele enfiaria o pé no jacá. A jaca, fruta, não tem nada com isso. 
3.
Cor de burro quando foge: o correto é corro de burro quando foge!
4.
Quem tem boca vai a Roma: pois é, eu também fiquei surpresa ao saber que o correto não tem nada a ver com a capacidade de pela comunicação ir a qualquer parte do mundo, e sim uma forma de exortação à crítica política; o correto é quem tem boca vaia Roma.
5.
É a cara do pai escarrado e cuspido: essa é forma escatológica de dizer que o filho é muito parecido com o pai; o correto é a cara do pai em Carrara esculpido (Carrara é uma cidade italiana de onde se extrai o mais nobre e caro tipo de mármore, que leva o mesmo nome da cidade). 
6.
Quem não tem cão, caça com gato: o correto é quem não tem cão, caça como gato. Ou seja, sozinho!
7.
Voto de Minerva: Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os jurados. Coube à Minerva, personagem da mitologia grega, o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.
8.
Casa da mãe Joana: na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar numa casa, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.
9.
Ficar a ver navios: Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.
10.
Não entender patavinas: os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova; sendo assim, não entender patavina significava não entender nada.
11.
Dourar a pílula: antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a pílula, significa melhorar a aparência de algo.
12.
Sem eira nem beira: os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.
13.
O canto do cisne: dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A expressão “canto do cisne” representa as últimas realizações de alguém.


sexta-feira, 22 de abril de 2011

Diferença de mas, mais e más

Sem dúvida essas três palavras são muito parecidas, porém tem um significado totalmente diferente.


Não tem muito segredo, no básico é isso:


"Mas" indica contrariedade, como porém. Para saber quando usá-lo é só substituir por porém e ver se tem sentido. 
Ex.: Poderia ser o único a respoder essa pergunta, mas outros também sabem.

"Mais" sempre indica quantidade: 

Ex.: Minha resposta está mais organizada que as outras..

"Más" é o plural feminino de mau. Indica que algo é ruim. 

Ex.: Essas minhas frases anteriores foram muito más...

Que tipo de "PorQue" devo usar



Já aconteceu de estar escrevendo um texto e não saber que tipo de "PorQue" usar?
Pois é, isso é muito comum, por isso, aqui está uma explicação de qual  "PorQue" deve ser usado no seu texto.





  • Por que (separado, sem acento)


  • Utiliza-se nas interrogativas, sejam diretas ou indiretas. É um advérbio interrogativo. Exemplos:


    Por que ele foi embora? (interrogativa direta)
    Queremos saber por que ele foi embora. (interrogativa indireta)

    Dica: Coloque a palavra "motivo" ou "razão" depois de "por que". Se der certo, escreva separado, sem acento.
    Queremos saber por que motivo ele foi embora.

    Por que pode também equivaler a pelo qual, pela qual pelos quais, pelas quais, sendo o que, nesse caso, um pronome relativo. Exemplo:

    Aquele é o quadro por que ela se apaixonou.

    Dica: Substitua por que por "pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas quais":
    Aquele é o quadro pelo qual ela se apaixonou.


  • Porque (junto, sem acento)


  • Estabelece uma causa. É uma conjunção subordinativa causal, ou coordenativa explicativa. Exemplos:


    Ele foi embora porque cansou daqui.
    Não vá porque você é útil aqui.

    Dica: Substitua porque por "pois".
    Ele foi embora pois se cansou daqui.

    Também utiliza-se porque com o sentido de "para que", introduzindo uma finalidade:
    Ele mentiu porque o deixassem sossegado.




  • Por quê (separado, com acento)


  • É usado no final no final de uma frase na interrogativa.

    Ele foi embora por quê?
    Você é a favor ou contra? Por quê?







  • Porquê (junto, com acento)







  • Equivalendo a causa, motivo, razão, porquê é um substantivo. Neste caso ele é precedido pelo artigo o. Exemplo:


    Não quero saber o porquê de sua recusa.

    Dica: Substitua "porquê" por "motivo".
    Não quero saber o motivo de sua recusa.

    É correto usar vírgula antes do etc.?


    É comum ver a vírgula antes da abreviação etc., mas será que é correto usá-la?
    Na verdade não está certo usar vírgula antes de etc., pois se trata de uma abreviatura da expressão latina et cetera, que significa "e outras coisas", "e assim por diante".

    Obs.: Também é condenável o uso da conjunção "e" antes de etc. Estariam sendo usados dois "e", um do português e outro do latim (et = e : et cetera).

    Para entender de maneira pratica, aqui estão três maneiras de escrever uma frase, mas somente uma delas está certo. 

    Certo: Os colaboradores fazem diversos cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação, MBA etc.  

    Errado:
     Os colaboradores fazem diversos cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação, MBA, etc.

    Errado:
     Os colaboradores fazem diversos cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação, MBA e etc.